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17 de set. de 2013

Cientistas fazem crescer cérebro em laboratório



Utilizando células-tronco embriônicas ou células-tronco pluripotentes induzidas, cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular (IMBA) da Academia de Ciências Austríaca, em Viena, liderados pelo pesquisador Jüergen Knoblich, produziram os primeiros minicérebros da história da ciência. Diferente de outros grupos de pesquisadores que fizeram crescer pequenos trechos de tecido nervoso, o grupo austríaco conseguiu fazer crescer tecido que continha tanto um córtex, que é a camada externa especializada do cérebro, e outras regiões do cérebro, como a retina. Cultivadas em condições que permitiram com que elas se diferenciassem no neuroectoderma, as células-tronco acabaram desenvolvendo um sistema nervoso sobre gotículas de gel que serviram de estrutura para guiar o crescimento do tecido. Depois de 15 a 20 dias, o tecido formou minicérebros, chamados organoides cerebrais, bem parecidos com um ventrículo cerebral que contém fluido cerebrospinal no cérebro humano. Depois de 20 a 30 dias, alguns organoides formaram áreas cerebrais definidas, incluindo o córtex cerebral, tecido retiniano, meninges, e o plexo coroide. Os minicérebros cresceram até atingir 2 a 3 mm de diâmetro e duraram cerca de 10 meses. Para crescer mais, precisam de um sistema circulatório responsável pelo transporte de nutrientes e oxigênio aos mesmos. Apesar de se diferenciarem em várias estruturas, os minicérebros não são capazes de consciência ou outras funções cognitivas superiores, e serão usados para estudar o desenvolvimento do cérebro, e também algumas doenças que atacam o mesmo, como a microcefalia, substituindo os cérebros de rato. Para estudar a microcefalia, foram utilizadas células epidérmicas de um portador desta anomalia, que foram induzidas em células-tronco pluripotentes, a partir das quais foram desenvolvidos os minicérebros. E a análise do crescimento do minicérebro microcéfalo já resultou em uma hipótese para explicar a doença: aparentemente, os pacientes desenvolvem neurônios cedo demais, antes que o cérebro tenha tamanho apropriado. Outro uso para os minicérebros de laboratório é o teste de novos medicamentos, a análise de como as substâncias que o homem tem criado afetam o desenvolvimento do cérebro, e o estudo de outras desordens cerebrais, além da microcefalia. O artigo descrevendo o trabalho da equipe austríaca foi publicado no periódico científico Nature.

18 de ago. de 2013

Astrônomos descobrem Planeta Rosa

http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2013-08-18/astronomos-descobrem-planeta-cor-de-rosa.html Exoplaneta a 57 anos-luz de distância da Terra orbita bem longe de sua estrela S. Wiessinger/NASA Ilustração mostra o planeta magenta recém-descoberto a 57 anos-luz da Terra: orbitando uma estrela parecida com o Sol existe um exoplaneta rosa, que orbita uma estrela bem parecida com o Sol, a 57 anos luz da Terra. A origem desse planeta, porém, é um mistério. Os pesquisadores conseguiram capturar uma imagem dele usando o telescópio Subaru, no Havaí. Sua cor rosada indica que ele tem menos nuvens encobrindo do que outros exoplanetas observados, o que significa que os estudiosos conseguem investigar mais a fundo a sua atmosfera e especular sobre quais são os componentes dela. Descoberta: Hubble encontra outro planeta azul “Se nós pudéssemos viajar até esse planeta gigante, nós veríamos um mundo ainda brilhando por conta do calor da sua formação, com uma cor que varia de um cereja escuro a um entedioso magenta”, disse Michael McElwain, co-autor do estudo e astrofísico da Goddard Space Flight Facility da NASA, em Maryland. Astrônomos põem em xeque descoberta de planeta parecido com a Terra É um dos apenas cinco ou seis exoplanetas cuja presença foi diretamente registrada por um telescópio, ao invés de ser detectado a partir da observação de estrelas, disse Markus Janson, astrofísico da Universidade de Princeton e co-autor do novo estudo. Caçador de planetas quase aposentado: Nasa desiste de telescópio Kepler Os outros planetas que foram fotografados orbitam estrelas maiores, complementou. “Nesse sentido, o planeta rosa parece estar um pouco mais perto de casa”. Com mais ou menos 237ºC, esse planeta gasoso provavelmente não seria um lugar muito agradável para se visitar. Os pesquisadores, porém, estão interessados nesse exoplaneta leve – ele é um daqueles com pouca massa, encontrado orbitando em torno de uma estrela parecida com o Sol. Jogado para longe A distância da órbita do planeta rosa em relação à sua estrela-mãe é de 43 vezes a distância entre a Terra e o Sol, o que é muito mais longe que a órbita de Netuno, por exemplo, que é de 30 vezes a mesma distância. Um corpo celeste na distância em que ele está demoraria mais de 100 anos para completar uma volta completa em torno de sua estrela. O abismo entre este exoplaneta e a sua estrela coloca-o fora da área convencional esperada para a formação de planetas. Em um mecanismo chamado de ‘modelo de acreção de núcleo’, pedaços de rocha, poeira e gelo no disco de matéria em torno da jovem estrela colidem e grudam até que a massa sólida cresça e chegue ao tamanho de um planeta. Mas isso, porém, tende a acontecer mais perto da estrela, disse Janson. “Por conta desse planeta estar tão longe, é muito difícil ver como ele se formou pela acreção de núcleo”. Astrônomos descobrem três novos planetas potencialmente habitáveis O choque entre planetas-embriões em um sistema estelar novo poderia ter resultado em uma colisão que jogou o exoplaneta rosa para fora e o colocou na sua atual órbita, disse McElwain em uma entrevista. O formato de sua órbita também poderia trazer pistas sobre sua formação - se ela não for circular, por exemplo, ela se prestaria à hipótese de dispersão. Um retrato mais completo É por isso que é importante ter uma ideia mais completa dos tipos de exoplanetas no Universo, explica Adam Burrows, astrofísico da Universidade Princeton e outro coautor. E visualização de alto contraste - a técnica usada para detectar exoplanetas diretamente - pode ajudar com isso. "Está se tornando mais importante, depois de ter sido durante muito tempo um segundo ou terceiro meio para se encontrar planetas," disse.

16 de ago. de 2013

Astrônomos anunciam planeta fora do Sistema Solar que poderia ser habitavel

Redação SRZD | Ciência e Saúde | 19/05/2011 11h00 Astrônomos da França anunciaram esta semana que um planeta fora do Sistema Solar pode ter água em estado líquido, além de nuvens e chuva, o que pode abrigar formas de vida. Pelo menos quatro planetas giram em torno da estrela Gliese 581, de acordo com os especialistas. Eles fizeram ainda uma simulação computadorizada de como seria a atmosfera de um destes planetas. A constatação é de que um deles tem o dobro do tamanho da Terra, mas o ar mais denso e uma grande concentração de dióxido de carbono seriam tóxicos, o que tornaria impossível a vida humana. Os astrônomos não descartam, entretanto, outras formas de vida. Eles esperam ainda que novas gerações de telescópios possibilitem visualizar de uma melhor forma os planetas em questão.

21 de jul. de 2013

Telescópio espacial da Nasa descobriu cor de planeta a 63 anos-luz de distância

Telescópio espacial da Nasa descobriu cor de planeta a 63 anos-luz de distância
Nasa
Ilustração do HD 189733b: azul, mas quente demais para os seres humanos
Astrônomos estudando as observações do telescópio espacial Hubble, da Nasa, descobriram a cor real de um planeta que orbita uma estrela a 63 anos-luz de distância do Sistema Solar. E a surpresa foi que o HD 189733b é azul como a Terra.
Usando o espectógrafo do telescópio, os cientistas descobriram sua cor original, e viram que se visto diretamente, ele seria parecido com a Terra.
Leia as últimas descobertas sobre exoplanetas:
Mas as semelhanças acabam aí: no HD 189733b, a temperatura diurna pode chegar a 2760°C, e ali provavelmente não chove água, mas vidro, com ventos de 7.200 quilômetros por hora. A luz azul não ve do reflexo dos oceanos como na Terra, e sim da atmosfera quente que contém nuvens de partículas de silício, que ao se condensar no calor formam gotas de vidro que refletem luz azul.
Nasa
Imagem do Hubble mostrando o HD 189733b, o ponto mais brilhante no canto esquerdo. À direita, a nebulosa Messier 27
O HD 189733b é considerado um "Júpiter quente", um classe de planetas que orbitam muito perto de suas estrelas, e o estudo dele está trazendo novas informações sobre a composição química e estrutura de nuvens de todo o seu grupo.
O planeta foi descoberto em 2005, e está a 4,6 milhões de quilômetros de sua estrela, uma distância tão curta que seus campos gravitacionais se misturam e o planeta não tem rotação -- um lado sempre está de frente para a estrela e o outro está sempre no escuro.
Em 2007, o Telescópio Espacial Spitzer mediu a luz infravermelha emitida pelo planeta, chegando a um dos primeiros mapeamentos de temperatura de um exoplaneta, que mostrou que a diferença de temperatura entre os lados do HD 189733b pode chegar a 260 graus Celsius, que causaria ventos violentos do lado diurno para o lado noturno do planeta.

12 de abr. de 2013

Caverna multicolorida surpreende cientistas na Venezuela

Formação gigante de quartzito teria 25 quilômetros de galerias, cachoeiras e lagos, além de diversas espécies evoluindo em isolamento

BBC |

  • Divulgação/La Venta, Theraphosa
Primeiros trabalhos exploratórios na Imawarí Yeutá levaram 15 dias

"É como se há milhões de anos Deus tivesse usado massa de modelar colorida para construir esse lugar."
O venezuelano Freddy Vergara, um dedicado espeleólogo (estudioso de grutas e cavernas), não esconde seu entusiasmo ao descrever a maravilha cromática que seus olhos testemunharam pela primeira vez em março, quando ele participou dos trabalhos iniciais de exploração da caverna de Imawarí Yeutá, localizada na colina de Auyantepuy, no sudeste da Venezuela.
Esse não é um lugar qualquer: trata-se de uma caverna de quartzito (material com alto conteúdo de quartzo) encrustada em uma formação rochosa conhecida como "tepui" - uma enorme montanha em formato de "mesa", com um grande platô em seu topo em vez de um pico.

Ela foi descoberta no dia 13 por uma equipe multidisciplinar formada por venezuelanos do grupo Theraphosa e italianos do La Venta e pode ser a maior de seu tipo no mundo - embora mais análises precisem ser feitas para que isso seja confirmado.
A expedição que localizou a impressionante caverna venezuelana foi organizada dois anos depois que uma fissura em uma grande estrutura rochosa foi avistada em Auyantepuy em 2011 pelo piloto de helicóptero Raul Árias.

Divulgação/La Venta, Theraphosa
Cientistas acreditam que ação de bactérias teria ajudado a formar caverna

"Fomos ao local para explorar o que havia e encontramos um monstro lá embaixo", disse Freddy Vergara, do grupo Theraphosa. "Você fica sem palavras só de olhar para a caverna."
Formação rochosa Até algumas décadas atrás, a comunidade científica acreditava que o surgimento de cavernas em rochas de quartzito não era possível pelo fato de essas estruturas serem muito compactas e firmes, semelhantes a cristais - o que dificulta a erosão por fatores como água ou vento.
Em geral, a formação de cavernas é comum em estruturas de carbonato de cálcio, argila e conchas marinhas que no passado formavam o fundo de oceanos. Para se ter uma ideia, segundo Vergara, enquanto a erosão de cem metros de carbonato de cálcio leva cem anos, no mesmo período obtêm-se a erosão de apenas um metro de quartzo.
Por isso, acredita-se que a Imawarí Yeutá seja uma caverna de origem "bacteriológica".
"(Esse tipo de formação) é produzido pela ação de bactérias que vivem em condições extremas e de alguma forma conseguem enfraquecer o núcleo do quartzito e torná-lo arenoso, fazendo que fiquem mais sujeitos à erosão e formem essas estruturas maravilhosas, vivas", diz Vergara.
Dentro das câmaras, salões e galerias multicoloridas da caverna diversas formas de vida também evoluem em total isolamento.
Além de diferentes tipos de bactérias, também foi encontrada na Imawarí Yeutá uma espécie de pássaro de caverna que caminhava pelo chão - comportamento que nunca havia sido observado para indivíduos dessa espécie.
Exploração Cientistas acreditam que ação de bactérias teria ajudado a formar caverna
O nome indígena da caverna, Imawarí Yeutá, designa uma espécie de duende e protetor da montanha na mitologia da etnia pemón.
Segundo os espeleólogos, ela pode ter até 25 quilômetros no total e tem salões que chegam a medir 130 metros de largura por 200 metros de comprimento.
Não é a toa, portanto, que a primeira expedição para tentar mapeá-la foi um tanto complicada.
Os espeleólogos desceram cerca de 60 metros por uma corda de rapel, passando entre fendas e rachaduras antes de começar a caminhar.
No total, os trabalhos de exploração duraram 15 dias e envolveram 14 pessoas.
Árias, o piloto que localizou a entrada da caverna, visitou a Imawarí Yeutá como um "convidado especial" da equipe de cientistas. Ele descreve o que viu como "um fantástico mundo de cachoeiras, lagos e estalactites coloridas" submersos em uma escuridão completa, mas que ganham vida quando iluminados artificialmente.
Árias disse à BBC que já identificou outras cavernas com voos de helicópteros. Piloto experiente, ele costuma trabalhar com turistas, cineastas, exploradores e até famosos - certa vez levou o ator Harrison Ford para conhecer algumas das belezas naturais da Venezuela.
"Quando vejo formações estranhas, ou aberturas nas rochas dou voltas no ar para tentar determinar do que se trata. Já identifiquei outras seis cavernas que ainda precisam ser exploradas", contou.

24 de fev. de 2013

Estudo sobre macacos da noite pode explicar amor entre humanos

Monogamia de espécie sul-americana mostra que os vínculos emocionais profundos entre parceiros não são emoções exclusivas do homem

National Geographic |
Jim Wallace/Duke University
Cientistas estudam a monogamia entre macacos da noite
Pode não parecer verdade, mas vínculos emocionais em animais como os primatas podem ter evoluído no que nós humanos conhecemos como amor.
Um exemplo disso são os macacos da noite que vivem em árvores tropicais e tratam todo dia como se fosse Dia dos Namorados. Um macho e uma fêmea ficam juntos até o final de suas vidas, nunca traem e nunca se divorciam de seus companheiros - um comportamento extremamente incomum, mesmo entre as pessoas.
Às vezes, no entanto, macacos jovens adultos que não conseguem encontrar companheiros - macacos que os cientistas chamam de flutuadores – engajam em brigas ferozes com parceiros estabelecidos, eventualmente fazendo com que um deles desista da relação.

Agora, uma nova pesquisa mostrou que os macacos que são forçados a assumir novos parceiros têm menos filhos do que os que não foram separados, disse Eduardo Fernandez-Duque, um antropólogo biólogo da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, que liderou um novo estudo sobre relações dos macacos da noite.
Os resultados mostram como a monogamia ajuda aos macacos da noite - e pode até mesmo demonstrar a maneira na qual as relações humanas evoluíram, disse Fernandez-Duque, que recebeu financiamento para seu trabalho do Comitê de Pesquisa e Exploração da National Geographic.
"Não importa do que o chamamos - há algo em nossa biologia que nos leva a ter este vínculo duradouro e emocional entre duas pessoas nas sociedades humanas'', disse Fernandez-Duque, em um comunicado.
Problemas no paraíso
Apenas cerca de 5% dos mamíferos são monogâmicos e este fenômeno na maioria das vezes ocorre quando ambos os pais precisam estar presentes para criar seus filhos, como no caso dos humanos.
No caso dos macacos da noite, os pais assumem a maior parte da infância de um bebê, contando com a mãe apenas para providenciar o leite.
Mas os flutuantes - que Fernandez-Duque e seus colegas notaram pela primeira vez em 2003, na região do Chaco da Argentina - podem significar problemas para a comunidade de macacos da noite.
Baseando-se em quase duas décadas de observações de 18 grupos de macacos da noite, a equipe descobriu que os pares que permanecem juntos dão cria em 25 % a mais do que macacos que têm sua relação terminada pelos flutuadores.
O animal exilado desses relacionamentos, no entanto, normalmente sai ferido da briga e muitas vezes morre.
Química do amor
Ainda não se sabe os motivos pelos quais os macacos que perdem seus pares têm menos filhos, embora Fernandez-Duque suspeite de que há um componente emocional.
Assim como um homem e uma mulher precisam de tempo para ficarem juntos para poderem se conhecer e formar uma ligação profunda, os macacos da noite também. Assim, quando um macaco que saiu de um relacionamento entra em um novo, há um atraso no acasalamento - geralmente de cerca de um ano, disse Fernandez-Duque.
Na verdade, a ligação dupla em animais monogâmicos, como no caso dos macacos, pode ser uma espécie de "antecedente evolutivo do amor dos humanos'', disse Larry Young, um neurocientista comportamental na Universidade de Emory, em Atlanta, e autor do novo livro "A Química Entre Nós: Amor, Sexo e a Ciência da Atração".
Young, que estuda a química do amor e emoção no cérebro, faz a maior parte de sua pesquisa em ratazanas monógamas.
Embora o amor humano seja uma emoção de reflexos complexos de nossos cérebros, disse ele,''a fundação do que a emoção é, é muito semelhante aos neuro mecanismos presentes nas ratazanas.''
Por exemplo, as experiências têm mostrado que, se uma ratazana perde o seu parceiro, o animal que sofreu a perda mostra sintomas depressivos - medidos por uma falta de vontade de escapar de uma situação perigosa.
De acordo com Young, nossos cérebros foram programados para amar, por assim dizer:'' Nossos órgãos têm evoluído seu mecanismo para produzir uma ligação emocional'', disse ele.
O apego é estimulado pela oxitocina - produzida durante o contato íntimo em pessoas e animais - e dopamina, que é responsável pela sensação de alegria e felicidade.
Então por mais incrível que seja o amor, disse ele, "é realmente o resultado de um coquetel de produtos químicos".
O estudo sobre os macacos da noite foi publicado no dia 23 de janeiro na revista PLoS ONE.