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23 de abr. de 2014

Cientistas descobrem Planeta que pode ser habitável

Astrônomos descobrem o planeta mais parecido com a Terra já encontrado

Por iG São Paulo  - Atualizada às 

Kepler-186f orbita uma estrela-anã vermelha a 500 anos-luz da Terra e tem boa chance de ter água líquida em sua superfície

Astrônomos descobriram o que dizem ser o planeta mais parecido com a Terra já detectado — um mundo distante e rochoso que é similar em tamanho ao nosso planeja e existe na zona Goldilocks, onde não é muito quente ou muito frio para a vida.
AP
Ilustração de artista da Nasa mostra planeta do tamanho da Terra apelidado de Kepler-186f orbitando estrela a 500 anos-luz
A descoberta, anunciada nesta quinta-feira, entusiasmou os caçadores de planeta que varreram a galácia da Via Láctea durante anos para encontrar potenciais pontos habitáveis fora do sistema solar.
"Esse é o melhor caso para um planeta habitável já encontrado. Os resultados são simplesmente sólidos", disse em um email o astrônomo da Universidade da Califórnia (Berkeley) Geoff Marcy, que não teve nenhum papel na descoberta.
O planeta foi detectado pelo Kepler, telescópio em órbita da Nasa (a agência espacial americana), que examina os céus por mudanças súbitas em iluminação que indicam que um planeta está cruzando em frente de uma estrela. A partir dessas mudanças, os cientistas podem calcular o tamanho de um planeta e fazer certas inferências sobre como ele é.
O objeto recém-descoberto, apelidado de Kepler-186f, circula uma estrela-anã vermelha a 500 anos-luz da Terra na constelação de Cygnus. Um ano-luz é quase 10 trilhões de quilômetros.
O planeta é cerca de 10% maior do que a Terra e tem boa chance de ter água líquida — um ingrediente essencial para a vida — em sua superfície, dizem os cientistas. Isso porque ele reside na borda externa de uma zona de temperatura habitável ao redor de sua estrela — o doce local onde lagos, rios ou oceanos podem existir sem congelar ou evaporar totalmente.
O planeta provavelmente se aquece com o brilho laranja-vermelho de sua estrela e provavelmente é mais frio do que a Terra, com uma temperatura média ligeiramente acima do ponto de congelamento, disse Marcy. A descoberta foi detalhada na edição da revista científica Science, que será lançada na sexta-feira (18).
Veja as imagens mais marcantes do espaço no ano passado:
O vórtex giratorio do pólo norte de Saturno lembra uma rosa vermelha nesta imagem feita pela sonda Cassini, da Nasa. Foto: Nasa/Cassini
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A pesquisadora-chefe Elisa Quintana, do Centro de Pesquisa Ames da Nasa, disse considerar o planeta como um "primo da Terra" mais do que um "gêmeo", porque ele circula uma estrela que é menor e mais escura do que o nosso sol. Enquanto a Terra completa em 365 dias seu percurso ao redor do sol, esse planeta completa a órbita ao redor de sua estrela a cada 130 dias.
Desde seu lançamento em 2009, o Kepler confirmou 961 planetas, mas apenas algumas dezenas deles estão em uma zona habitável. A maioria deles são bolas gigantes de gás como Júpiter e Saturno, e não lugares ideais para a vida.
Kepler-186f faz parte de um sistema de cinco planetas, todos com quase o tamanho da Terra. Entretanto, os outros planetas estão muito perto de suas estrelas para possibilitar a vida.
Os astrônomos podem nunca saber com certeza se o Kepler-186f pode suportar vida. O planeta está muito longe mesmo para os telescópios espaciais da próxima geração da Nasa, como o James Webb, que deve ser lançado em 2018, para ser estudado em detalhe.
*Com AP
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    17 de set. de 2013

    Cientistas fazem crescer cérebro em laboratório



    Utilizando células-tronco embriônicas ou células-tronco pluripotentes induzidas, cientistas do Instituto de Biotecnologia Molecular (IMBA) da Academia de Ciências Austríaca, em Viena, liderados pelo pesquisador Jüergen Knoblich, produziram os primeiros minicérebros da história da ciência. Diferente de outros grupos de pesquisadores que fizeram crescer pequenos trechos de tecido nervoso, o grupo austríaco conseguiu fazer crescer tecido que continha tanto um córtex, que é a camada externa especializada do cérebro, e outras regiões do cérebro, como a retina. Cultivadas em condições que permitiram com que elas se diferenciassem no neuroectoderma, as células-tronco acabaram desenvolvendo um sistema nervoso sobre gotículas de gel que serviram de estrutura para guiar o crescimento do tecido. Depois de 15 a 20 dias, o tecido formou minicérebros, chamados organoides cerebrais, bem parecidos com um ventrículo cerebral que contém fluido cerebrospinal no cérebro humano. Depois de 20 a 30 dias, alguns organoides formaram áreas cerebrais definidas, incluindo o córtex cerebral, tecido retiniano, meninges, e o plexo coroide. Os minicérebros cresceram até atingir 2 a 3 mm de diâmetro e duraram cerca de 10 meses. Para crescer mais, precisam de um sistema circulatório responsável pelo transporte de nutrientes e oxigênio aos mesmos. Apesar de se diferenciarem em várias estruturas, os minicérebros não são capazes de consciência ou outras funções cognitivas superiores, e serão usados para estudar o desenvolvimento do cérebro, e também algumas doenças que atacam o mesmo, como a microcefalia, substituindo os cérebros de rato. Para estudar a microcefalia, foram utilizadas células epidérmicas de um portador desta anomalia, que foram induzidas em células-tronco pluripotentes, a partir das quais foram desenvolvidos os minicérebros. E a análise do crescimento do minicérebro microcéfalo já resultou em uma hipótese para explicar a doença: aparentemente, os pacientes desenvolvem neurônios cedo demais, antes que o cérebro tenha tamanho apropriado. Outro uso para os minicérebros de laboratório é o teste de novos medicamentos, a análise de como as substâncias que o homem tem criado afetam o desenvolvimento do cérebro, e o estudo de outras desordens cerebrais, além da microcefalia. O artigo descrevendo o trabalho da equipe austríaca foi publicado no periódico científico Nature.

    18 de ago. de 2013

    Astrônomos descobrem Planeta Rosa

    http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2013-08-18/astronomos-descobrem-planeta-cor-de-rosa.html Exoplaneta a 57 anos-luz de distância da Terra orbita bem longe de sua estrela S. Wiessinger/NASA Ilustração mostra o planeta magenta recém-descoberto a 57 anos-luz da Terra: orbitando uma estrela parecida com o Sol existe um exoplaneta rosa, que orbita uma estrela bem parecida com o Sol, a 57 anos luz da Terra. A origem desse planeta, porém, é um mistério. Os pesquisadores conseguiram capturar uma imagem dele usando o telescópio Subaru, no Havaí. Sua cor rosada indica que ele tem menos nuvens encobrindo do que outros exoplanetas observados, o que significa que os estudiosos conseguem investigar mais a fundo a sua atmosfera e especular sobre quais são os componentes dela. Descoberta: Hubble encontra outro planeta azul “Se nós pudéssemos viajar até esse planeta gigante, nós veríamos um mundo ainda brilhando por conta do calor da sua formação, com uma cor que varia de um cereja escuro a um entedioso magenta”, disse Michael McElwain, co-autor do estudo e astrofísico da Goddard Space Flight Facility da NASA, em Maryland. Astrônomos põem em xeque descoberta de planeta parecido com a Terra É um dos apenas cinco ou seis exoplanetas cuja presença foi diretamente registrada por um telescópio, ao invés de ser detectado a partir da observação de estrelas, disse Markus Janson, astrofísico da Universidade de Princeton e co-autor do novo estudo. Caçador de planetas quase aposentado: Nasa desiste de telescópio Kepler Os outros planetas que foram fotografados orbitam estrelas maiores, complementou. “Nesse sentido, o planeta rosa parece estar um pouco mais perto de casa”. Com mais ou menos 237ºC, esse planeta gasoso provavelmente não seria um lugar muito agradável para se visitar. Os pesquisadores, porém, estão interessados nesse exoplaneta leve – ele é um daqueles com pouca massa, encontrado orbitando em torno de uma estrela parecida com o Sol. Jogado para longe A distância da órbita do planeta rosa em relação à sua estrela-mãe é de 43 vezes a distância entre a Terra e o Sol, o que é muito mais longe que a órbita de Netuno, por exemplo, que é de 30 vezes a mesma distância. Um corpo celeste na distância em que ele está demoraria mais de 100 anos para completar uma volta completa em torno de sua estrela. O abismo entre este exoplaneta e a sua estrela coloca-o fora da área convencional esperada para a formação de planetas. Em um mecanismo chamado de ‘modelo de acreção de núcleo’, pedaços de rocha, poeira e gelo no disco de matéria em torno da jovem estrela colidem e grudam até que a massa sólida cresça e chegue ao tamanho de um planeta. Mas isso, porém, tende a acontecer mais perto da estrela, disse Janson. “Por conta desse planeta estar tão longe, é muito difícil ver como ele se formou pela acreção de núcleo”. Astrônomos descobrem três novos planetas potencialmente habitáveis O choque entre planetas-embriões em um sistema estelar novo poderia ter resultado em uma colisão que jogou o exoplaneta rosa para fora e o colocou na sua atual órbita, disse McElwain em uma entrevista. O formato de sua órbita também poderia trazer pistas sobre sua formação - se ela não for circular, por exemplo, ela se prestaria à hipótese de dispersão. Um retrato mais completo É por isso que é importante ter uma ideia mais completa dos tipos de exoplanetas no Universo, explica Adam Burrows, astrofísico da Universidade Princeton e outro coautor. E visualização de alto contraste - a técnica usada para detectar exoplanetas diretamente - pode ajudar com isso. "Está se tornando mais importante, depois de ter sido durante muito tempo um segundo ou terceiro meio para se encontrar planetas," disse.

    16 de ago. de 2013

    Astrônomos anunciam planeta fora do Sistema Solar que poderia ser habitavel

    Redação SRZD | Ciência e Saúde | 19/05/2011 11h00 Astrônomos da França anunciaram esta semana que um planeta fora do Sistema Solar pode ter água em estado líquido, além de nuvens e chuva, o que pode abrigar formas de vida. Pelo menos quatro planetas giram em torno da estrela Gliese 581, de acordo com os especialistas. Eles fizeram ainda uma simulação computadorizada de como seria a atmosfera de um destes planetas. A constatação é de que um deles tem o dobro do tamanho da Terra, mas o ar mais denso e uma grande concentração de dióxido de carbono seriam tóxicos, o que tornaria impossível a vida humana. Os astrônomos não descartam, entretanto, outras formas de vida. Eles esperam ainda que novas gerações de telescópios possibilitem visualizar de uma melhor forma os planetas em questão.

    21 de jul. de 2013

    Telescópio espacial da Nasa descobriu cor de planeta a 63 anos-luz de distância

    Telescópio espacial da Nasa descobriu cor de planeta a 63 anos-luz de distância
    Nasa
    Ilustração do HD 189733b: azul, mas quente demais para os seres humanos
    Astrônomos estudando as observações do telescópio espacial Hubble, da Nasa, descobriram a cor real de um planeta que orbita uma estrela a 63 anos-luz de distância do Sistema Solar. E a surpresa foi que o HD 189733b é azul como a Terra.
    Usando o espectógrafo do telescópio, os cientistas descobriram sua cor original, e viram que se visto diretamente, ele seria parecido com a Terra.
    Leia as últimas descobertas sobre exoplanetas:
    Mas as semelhanças acabam aí: no HD 189733b, a temperatura diurna pode chegar a 2760°C, e ali provavelmente não chove água, mas vidro, com ventos de 7.200 quilômetros por hora. A luz azul não ve do reflexo dos oceanos como na Terra, e sim da atmosfera quente que contém nuvens de partículas de silício, que ao se condensar no calor formam gotas de vidro que refletem luz azul.
    Nasa
    Imagem do Hubble mostrando o HD 189733b, o ponto mais brilhante no canto esquerdo. À direita, a nebulosa Messier 27
    O HD 189733b é considerado um "Júpiter quente", um classe de planetas que orbitam muito perto de suas estrelas, e o estudo dele está trazendo novas informações sobre a composição química e estrutura de nuvens de todo o seu grupo.
    O planeta foi descoberto em 2005, e está a 4,6 milhões de quilômetros de sua estrela, uma distância tão curta que seus campos gravitacionais se misturam e o planeta não tem rotação -- um lado sempre está de frente para a estrela e o outro está sempre no escuro.
    Em 2007, o Telescópio Espacial Spitzer mediu a luz infravermelha emitida pelo planeta, chegando a um dos primeiros mapeamentos de temperatura de um exoplaneta, que mostrou que a diferença de temperatura entre os lados do HD 189733b pode chegar a 260 graus Celsius, que causaria ventos violentos do lado diurno para o lado noturno do planeta.

    12 de abr. de 2013

    Caverna multicolorida surpreende cientistas na Venezuela

    Formação gigante de quartzito teria 25 quilômetros de galerias, cachoeiras e lagos, além de diversas espécies evoluindo em isolamento

    BBC |

    • Divulgação/La Venta, Theraphosa
    Primeiros trabalhos exploratórios na Imawarí Yeutá levaram 15 dias

    "É como se há milhões de anos Deus tivesse usado massa de modelar colorida para construir esse lugar."
    O venezuelano Freddy Vergara, um dedicado espeleólogo (estudioso de grutas e cavernas), não esconde seu entusiasmo ao descrever a maravilha cromática que seus olhos testemunharam pela primeira vez em março, quando ele participou dos trabalhos iniciais de exploração da caverna de Imawarí Yeutá, localizada na colina de Auyantepuy, no sudeste da Venezuela.
    Esse não é um lugar qualquer: trata-se de uma caverna de quartzito (material com alto conteúdo de quartzo) encrustada em uma formação rochosa conhecida como "tepui" - uma enorme montanha em formato de "mesa", com um grande platô em seu topo em vez de um pico.

    Ela foi descoberta no dia 13 por uma equipe multidisciplinar formada por venezuelanos do grupo Theraphosa e italianos do La Venta e pode ser a maior de seu tipo no mundo - embora mais análises precisem ser feitas para que isso seja confirmado.
    A expedição que localizou a impressionante caverna venezuelana foi organizada dois anos depois que uma fissura em uma grande estrutura rochosa foi avistada em Auyantepuy em 2011 pelo piloto de helicóptero Raul Árias.

    Divulgação/La Venta, Theraphosa
    Cientistas acreditam que ação de bactérias teria ajudado a formar caverna

    "Fomos ao local para explorar o que havia e encontramos um monstro lá embaixo", disse Freddy Vergara, do grupo Theraphosa. "Você fica sem palavras só de olhar para a caverna."
    Formação rochosa Até algumas décadas atrás, a comunidade científica acreditava que o surgimento de cavernas em rochas de quartzito não era possível pelo fato de essas estruturas serem muito compactas e firmes, semelhantes a cristais - o que dificulta a erosão por fatores como água ou vento.
    Em geral, a formação de cavernas é comum em estruturas de carbonato de cálcio, argila e conchas marinhas que no passado formavam o fundo de oceanos. Para se ter uma ideia, segundo Vergara, enquanto a erosão de cem metros de carbonato de cálcio leva cem anos, no mesmo período obtêm-se a erosão de apenas um metro de quartzo.
    Por isso, acredita-se que a Imawarí Yeutá seja uma caverna de origem "bacteriológica".
    "(Esse tipo de formação) é produzido pela ação de bactérias que vivem em condições extremas e de alguma forma conseguem enfraquecer o núcleo do quartzito e torná-lo arenoso, fazendo que fiquem mais sujeitos à erosão e formem essas estruturas maravilhosas, vivas", diz Vergara.
    Dentro das câmaras, salões e galerias multicoloridas da caverna diversas formas de vida também evoluem em total isolamento.
    Além de diferentes tipos de bactérias, também foi encontrada na Imawarí Yeutá uma espécie de pássaro de caverna que caminhava pelo chão - comportamento que nunca havia sido observado para indivíduos dessa espécie.
    Exploração Cientistas acreditam que ação de bactérias teria ajudado a formar caverna
    O nome indígena da caverna, Imawarí Yeutá, designa uma espécie de duende e protetor da montanha na mitologia da etnia pemón.
    Segundo os espeleólogos, ela pode ter até 25 quilômetros no total e tem salões que chegam a medir 130 metros de largura por 200 metros de comprimento.
    Não é a toa, portanto, que a primeira expedição para tentar mapeá-la foi um tanto complicada.
    Os espeleólogos desceram cerca de 60 metros por uma corda de rapel, passando entre fendas e rachaduras antes de começar a caminhar.
    No total, os trabalhos de exploração duraram 15 dias e envolveram 14 pessoas.
    Árias, o piloto que localizou a entrada da caverna, visitou a Imawarí Yeutá como um "convidado especial" da equipe de cientistas. Ele descreve o que viu como "um fantástico mundo de cachoeiras, lagos e estalactites coloridas" submersos em uma escuridão completa, mas que ganham vida quando iluminados artificialmente.
    Árias disse à BBC que já identificou outras cavernas com voos de helicópteros. Piloto experiente, ele costuma trabalhar com turistas, cineastas, exploradores e até famosos - certa vez levou o ator Harrison Ford para conhecer algumas das belezas naturais da Venezuela.
    "Quando vejo formações estranhas, ou aberturas nas rochas dou voltas no ar para tentar determinar do que se trata. Já identifiquei outras seis cavernas que ainda precisam ser exploradas", contou.

    24 de fev. de 2013

    Estudo sobre macacos da noite pode explicar amor entre humanos

    Monogamia de espécie sul-americana mostra que os vínculos emocionais profundos entre parceiros não são emoções exclusivas do homem

    National Geographic |
    Jim Wallace/Duke University
    Cientistas estudam a monogamia entre macacos da noite
    Pode não parecer verdade, mas vínculos emocionais em animais como os primatas podem ter evoluído no que nós humanos conhecemos como amor.
    Um exemplo disso são os macacos da noite que vivem em árvores tropicais e tratam todo dia como se fosse Dia dos Namorados. Um macho e uma fêmea ficam juntos até o final de suas vidas, nunca traem e nunca se divorciam de seus companheiros - um comportamento extremamente incomum, mesmo entre as pessoas.
    Às vezes, no entanto, macacos jovens adultos que não conseguem encontrar companheiros - macacos que os cientistas chamam de flutuadores – engajam em brigas ferozes com parceiros estabelecidos, eventualmente fazendo com que um deles desista da relação.

    Agora, uma nova pesquisa mostrou que os macacos que são forçados a assumir novos parceiros têm menos filhos do que os que não foram separados, disse Eduardo Fernandez-Duque, um antropólogo biólogo da Universidade da Pensilvânia, na Filadélfia, que liderou um novo estudo sobre relações dos macacos da noite.
    Os resultados mostram como a monogamia ajuda aos macacos da noite - e pode até mesmo demonstrar a maneira na qual as relações humanas evoluíram, disse Fernandez-Duque, que recebeu financiamento para seu trabalho do Comitê de Pesquisa e Exploração da National Geographic.
    "Não importa do que o chamamos - há algo em nossa biologia que nos leva a ter este vínculo duradouro e emocional entre duas pessoas nas sociedades humanas'', disse Fernandez-Duque, em um comunicado.
    Problemas no paraíso
    Apenas cerca de 5% dos mamíferos são monogâmicos e este fenômeno na maioria das vezes ocorre quando ambos os pais precisam estar presentes para criar seus filhos, como no caso dos humanos.
    No caso dos macacos da noite, os pais assumem a maior parte da infância de um bebê, contando com a mãe apenas para providenciar o leite.
    Mas os flutuantes - que Fernandez-Duque e seus colegas notaram pela primeira vez em 2003, na região do Chaco da Argentina - podem significar problemas para a comunidade de macacos da noite.
    Baseando-se em quase duas décadas de observações de 18 grupos de macacos da noite, a equipe descobriu que os pares que permanecem juntos dão cria em 25 % a mais do que macacos que têm sua relação terminada pelos flutuadores.
    O animal exilado desses relacionamentos, no entanto, normalmente sai ferido da briga e muitas vezes morre.
    Química do amor
    Ainda não se sabe os motivos pelos quais os macacos que perdem seus pares têm menos filhos, embora Fernandez-Duque suspeite de que há um componente emocional.
    Assim como um homem e uma mulher precisam de tempo para ficarem juntos para poderem se conhecer e formar uma ligação profunda, os macacos da noite também. Assim, quando um macaco que saiu de um relacionamento entra em um novo, há um atraso no acasalamento - geralmente de cerca de um ano, disse Fernandez-Duque.
    Na verdade, a ligação dupla em animais monogâmicos, como no caso dos macacos, pode ser uma espécie de "antecedente evolutivo do amor dos humanos'', disse Larry Young, um neurocientista comportamental na Universidade de Emory, em Atlanta, e autor do novo livro "A Química Entre Nós: Amor, Sexo e a Ciência da Atração".
    Young, que estuda a química do amor e emoção no cérebro, faz a maior parte de sua pesquisa em ratazanas monógamas.
    Embora o amor humano seja uma emoção de reflexos complexos de nossos cérebros, disse ele,''a fundação do que a emoção é, é muito semelhante aos neuro mecanismos presentes nas ratazanas.''
    Por exemplo, as experiências têm mostrado que, se uma ratazana perde o seu parceiro, o animal que sofreu a perda mostra sintomas depressivos - medidos por uma falta de vontade de escapar de uma situação perigosa.
    De acordo com Young, nossos cérebros foram programados para amar, por assim dizer:'' Nossos órgãos têm evoluído seu mecanismo para produzir uma ligação emocional'', disse ele.
    O apego é estimulado pela oxitocina - produzida durante o contato íntimo em pessoas e animais - e dopamina, que é responsável pela sensação de alegria e felicidade.
    Então por mais incrível que seja o amor, disse ele, "é realmente o resultado de um coquetel de produtos químicos".
    O estudo sobre os macacos da noite foi publicado no dia 23 de janeiro na revista PLoS ONE.

    4 de nov. de 2012

    Celacanto, o peixe-dinossauro, desafia a evolução das espécies e a imaginação do homem

    Parado no tempo: A descoberta do peixe-dinossauro

    por Carla Aranha



    Uma das maiores descobertas da zoologia no século 20 foi feita passo a passo. Tudo começou em 1938, quando um pescador fisgou um peixe diferente no Oceano Índico, na costa da África do Sul. O peixe era tão estranho que foi parar no museu marítimo local. Por comparações com fósseis, chegou-se a uma conclusão fantástica: tratava-se de um ser pré-histórico, o celacanto, originado há 410 milhões de anos e que se imaginava extinto há 65 milhões de anos. Chamada de “fóssil vivo”, a criatura é um parente próximo dos peixes que saíram do mar e se tornaram répteis em terra firme, dando origem, entre outras coisas, aos seres humanos. Mas o máximo que se sabia era sua idade aproximada.
    No ano 2000, o cientista alemão Hans Fricke, um dos maiores estudiosos do celacanto, descobriu uma colônia inteira do peixe no fundo do mar, na costa da África do Sul, a mais de 200 metros de profundidade. Foi a primeira vez que se pôde observar vários peixes-dinossauros juntos. Sensores elétricos colocados nos celacantos permitiram estudar seus hábitos, que são bem diferentes dos de outras espécies marinhas e fluviais. Eles têm, por exemplo, um timing único entre os peixes. A cada final de tarde saem das cavernas onde moram, no mesmo horário, para buscar comida – geralmente, peixes pequenos. Também foi possível observar in loco seus movimentos. E os cientistas envolvidos no estudo da evolução das espécies vibraram: as nadadeiras do peixe-dinossauro movem-se de um jeito parecido ao dos braços e pernas dos humanos.
    Os celacantos também conseguem levantar um pouco a cabeça, graças a um simulacro de espinha dorsal – como nos mamíferos –, além de terem um rabo largo e comprido jamais visto antes em outro peixe. O celacanto pode medir mais de 1,5 metro e pesar 90 quilos. Os estudos continuam. Fricke e cientistas dos mais renomados centros de pesquisa do mundo agora querem descobrir como o celacanto conseguiu sobreviver ao fenômeno que provocou o desaparecimento dos dinossauros, há 65milhões de anos, e de que forma ele se relaciona com a cadeia evolutiva que deu origem ao ser humano. Num futuro próximo, o velho ditado “filho de peixe, peixinho é” deverá se tornar mais popular do que nunca.

    O impacto da descoberta

    A colônia de peixe-dinossauro encontrada nas profundezas do Oceano Índico, em 2000, lançou luz sobre uma espécie que está diretamente relacionada ao processo evolutivo que deu origem ao homem

    Parentes

    Primos mais evoluídos foramencontrados na Indonésia
    Em 1998, os cientistas Mark Erdmann e Roy Caldwell, da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA), descobriram, para surpresa geral, uma nova espécie do peixe-dinossauro na Indonésia. Até então, acreditava-se que o celacanto vivia apenas nas águas da África do Sul, no Oceano Índico, onde havia sido encontrado inicialmente. Testes de DNA indicaram se tratar de um parente evoluído, originado entre 4 e 6 milhões de anos atrás. É uma descoberta importante não apenas para a biologia, mas também para a geologia.
    Separados por 10 000 quilômetros de ocano, distância entre a África do Sul e a Indonésia, os primos apresentam nove características físicas diferentes, checadas em testes de DNA. Segundo os cientistas, deve ter havido um impactante evento geológico capaz de ter afastado as espécies há mais de 6 milhões de anos. “Os testes mostraram que os primos mais novos evoluíram, enquanto os mais antigos pouco ou nada mudaram, o que denota que eles foram separados”, diz Erdmann.
    Os cientistas continuam escarafunchando as profundezas do Índico, na Ásia e na África, em busca de novas colônias do peixe-dinossauro – hoje, estima-se que existam 1 000 exemplares, principalmente na costa africana.  http://super.abril.com.br/mundo-animal/parado-tempo-descoberta-peixe-dinossauro-445171.shtml

    3 de nov. de 2012

    Arqueólogos búlgaros descobrem cidade pré-histórica mais antiga da Europa

    Assentamento de 350 pessoas, com 6700 anos de idade, perto da cidade de Provadia, foi u rico centro produtor de sal

    AFP |
    AFP

    AP
    Restos do muro da cidade pré-histórica encontrada em Provadia, considerada a mais antiga da Europa

    Arqueólogos anunciaram a descoberta da cidade pré-histórica mais antiga da Europa no leste da Bulgária, onde foi encontrada também uma arcaica produção de sal, que teria sido a origem de grandes riquezas descobertas no local.
    Escavações feitas no sítio, próximo à cidade moderna de Provadia, até agora revelaram os vestígios de um assentamento de casas de dois pavimentos, uma série de buracos no chão usados em rituais, assim como pedaços de um portão, estruturas de uma fortaleza e três muros de fortificação posteriores, todos com datação de carbono referente aos períodos Calcolítico (Idade do Cobre) médio e tardio, entre 4.700 e 4.200 anos antes de Cristo.

    AP
    Esqueletos de um adulto e duas crianças encontrados no cemitério da cidade pré-histórica descoberta na Bulgária

    "Não estamos falando de uma cidade como as cidades-estado gregas, assentamentos antigos romanos ou medievais, mas do que arqueólogos concordam que tenha sido uma cidade no quinto milênio antes de Cristo", afirmou Vasil Nikolov, pesquisador do Instituto Nacional de Arqueologia da Bulgária, após anunciar as descobertas no começo do mês.
    Nikolov e sua equipe trabalham desde 2005 em escavações do assentamento Provadia-Solnitsata, situado perto do resort de Varna, no Mar Negro.
    Uma pequena necrópole também foi encontrada, mas ainda precisa ser estudada mais a fundo e poderá manter os cientistas ocupados por gerações.
    O arqueólogo Krum Bachvarov, do Instituto Nacional de Arqueologia, afirmou que sua última descoberta é "extremamente interessante" devido às posições peculiares de sepultamento e dos objetos descobertos nas sepulturas, que são diferentes dos de outras sepulturas neolíticas encontradas na Bulgária.
    "Os enormes muros no entorno do assentamento, que foram construídos muito altos e com blocos de pedra, também são algo que até agora não tinha sido visto em escavações de sítios pré-históricos no sul da Europa", acrescentou Bachvarov.

    Bem fortificada, com um centro religioso e, mais importante, um grande centro de produção para uma commodity específica que foi comercializada por toda parte, o assentamento de cerca de 350 pessoas encontrou todas as condições para ser considerada a mais antiga "cidade pré-histórica" conhecida na Europa, afirmou a equipe.
    "Em uma época em que não se conhecia a roda e a carroça, estas pessoas arrastaram enormes rochas para construir muros enormes. Por quê? O que escondiam atrás deles?", questionou Nikolov.

    A resposta é o sal.
    Precioso como ouro
    A área é rica em grandes depósitos de sal rochoso, uns dos maiores no sul da Europa e o único a ser explorado até o sexto milênio antes de Cristo, disse Nikolov.
    Isto é o que faz de Provadia-Solnitsata um local tão importante.
    Atualmente, o sal ainda é extraído no local, mas 7.000 anos atrás, tinha uma importância completamente diferente.
    "O sal foi uma commodity extremamente valorizada em épocas antigas, por ser necessário tanto para as vidas das pessoas e como um método de comércio e moeda a partir do sexto milênio a.C. até o ano 600 a.C.", explicou o cientista.
    A extração de sal no local começou em 5.500 anos a.C., quando as pessoas começaram a ferver salmoura de uma fonte vizinha em estufas encontradas dentro do assentamento, disse Nikolov, citando os resultados de datação de carbono de um laboratório britânico em Glasgow, Escócia.
    "Esta é a primeira vez no sul da Europa e no oeste de Anatólia que os arqueólogos encontraram traços de produção de sal em uma época tão remota, o fim do sexto milênio a.C., e conseguiram prová-la com dados arqueológicos e científicos", confirmou Bachvarov.
    A produção de sal saiu do assentamento por volta do fim do sexto milênio e a produtividade aumentou gradualmente. Após ser fervido, o sal era cozido para formar pequenos tijolos.
    Nikolov disse que a produção cresceu de forma permanente a partir de 5.500 a.C., quando uma carga das estufas de Provadia-Solnitsata rendia cerca de 25 quilos de sal seco. Por volta de 4.700 a 4.500 a.C., este volume tinha aumentado para 4.000 a 5.000 quilos de sal.
    "Em uma época em que o sal era tão precioso quanto o ouro, você imagina o que isto significou", afirmou.
    O comércio de sal deu à população local grande poder econômico, o que poderia explicar os bens em ouro encontrados em seputuras da Necrópole de Varna e que remontam a 4.300 a.C., sugerou Nikolov.

    24 de ago. de 2012

    Garoto de 15 anos descobriu teste para diagnosticar câncer de pâncreas

    Antes de tornar realidade um teste mais sensível, rápido e barato para detectar o câncer de pâncreas, Jack Andraka foi rejeitado por 199 pesquisadores

    Leoleli Camargo , iG São Paulo |
    Jack Andraka – guarde esse nome – tem 15 anos. Em maio deste ano ele venceu a Feira Internacional de Ciência e Engenharia da Intel com um projeto que pode mudar a história do câncer de pâncreas: um teste para detectar a doença 68 vezes mais rápido, 400 vezes mais sensível e 26 mil vezes mais barato que o padrão usado hoje para detectar a doença, inventado nos anos 50 
    A doença que vitimou um familiar de Jack e inspirou o jovem a pesquisar uma forma de detectá-la antes que ela se espalhe para o resto do corpo, tem um prognóstico sombrio: menos de 2% dos diagnosticados em estágio avançado sobrevivem.

    BBC
    Jack com o sensor de nanotubos: potencial revolução no diagnóstico do câncer de pâncreas

    “Eu pensei: se fosse possível diagnosticar essa doença em estágios bem iniciais, as chances de sobrevivência aumentariam muito”, conta ele.
    Munido de vontade, curiosidade e uma bagagem científica incomum para garotos da idade dele, Jack se embrenhou no tema e bolou o teste unindo conceitos estudados nas aulas de Biologia com o que havia lido em um artigo sobre nanotubos – estruturas milhares de vezes menores do que a espessura de um fio de cabelo.
    “Eles têm propriedades incríveis, são como super-heróis da Ciência.”
    Como ele conseguiu fazer isso? Filho mais novo de uma médica e um engenheiro civil, ele foi estimulado desde cedo a encontrar por si as respostas para as dúvidas que tinha sobre as coisas. Além de inteligente e esforçado, claro, Jack foi perseverante. Decidido a concretizar a ideia do teste, ele escreveu para nada menos que 200 pesquisadores norte-americanos apresentando o projeto de pesquisa e pedindo espaço em laboratório para trabalhar nele. Apenas um respondeu que sim. Ainda bem.
    Jack conversou com o iG pelo telefone, do laboratório que aceitou abrigá-lo e incentivá-lo. Hoje, ele estuda meios de viabilizar comercialmente o teste. Jack Andraka – guarde esse nome – tem 15 anos. Veja a seguir a entrevista.
    iG: Quando você começou a se interessar por ciências?
    Jack Andraka: Eu tinha uns três anos quando meu pai comprou para mim e para o meu irmão [ dois anos mais velho ] uma maquete de plástico de um rio, com água e tudo. Nós ficamos brincando com aquilo o dia inteiro, observando a corrente e colocando os mais diferentes objetos nela, para ver o que afundava, o que seguia o curso da água e o que mudava a corrente. A gente queria respostas. Queria entender como aquilo acontecia. Acho que o interesse despertou a partir daí.
    iG: Quanto tempo depois disso você começou a participar de competições de ciências?
    Jack Andraka: A primeira competição foi na 6ª série, com 12 anos. Eu adaptei um dispositivo de segurança para evitar que o fluxo de água nas quedas d’água de pequenas represas cause afogamentos.
    iG: Você venceu?
    Jack Andraka: Eu tinha 10 anos e como estava na 6ª série, não podia participar do prêmio da Intel, porque aqui nos EUA ele é apenas para estudantes de ensino médio. Mas tirei segundo lugar na versão internacional do mesmo prêmio com esse projeto.
    iG: Como você teve a ideia do projeto vencedor do prêmio internacional deste ano?
    Jack Andraka: Eu escolhi um tema que me interessava na época. O câncer de pâncreas teve um impacto importante na minha família, nós perdemos um parente com a doença. Aí fui pesquisar sobre ela e descobri que 85% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, quando o câncer já está espalhado pelo corpo e os pacientes em geral têm menos de 2% de chances de sobrevivência. Eu pensei: se fosse possível diagnosticar essa doença em estágios bem iniciais, as chances de sobrevivência aumentariam muito.
    iG: E você simplesmente decidiu fazer isso?
    Jack Andraka: Bem, eu fui atrás de todas as formas conhecidas de diagnóstico desse tipo de câncer e descobri uma proteína chamada mesotelina, que está presente no câncer de pâncreas, assim como nos de ovário e pulmão. A ideia veio mesmo numa aula de biologia. Estávamos aprendendo sobre anticorpos, essas estruturas produzidas pelo sistema imunológico. No câncer que eu estava estudando, os anticorpos se ligavam apenas à mesotelina. Na mesma época, li um artigo muito legal sobre nanotubos de carbono. Você sabia que essas estruturas têm o diâmetro 150 mil vezes menor do que o de um fio do seu cabelo?

     

    iG: Nossa, não tinha ideia de que eram tão pequenas...
    Jack Andraka: Sim, os nanotubos têm propriedades incríveis, são
    como super-heróis da Ciência. Ok, o que fiz foi meio que conectar essas duas ideias. Eu inventei um sensor de nanotubos de carbono e anticorpos capaz de identificar a presença da mesotelina e dizer, baseado no quanto dessa proteína se liga aos anticorpos, se a pessoa tem câncer de pâncreas.
    iG: Quanto tempo você levou para concretizar a ideia?
    Jack Andraka: Foram ao todo 7 meses de muito trabalho.
    iG: Onde você trabalhou? Em casa? No laboratório da escola?
    Jack Andraka: Não, eu contatei 200 pesquisadores na Universidade Johns Hopkins e nos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos pedindo espaço em laboratório e apoio para desenvolver a minha pesquisa. Apenas um me disse sim [ Anirban Maitra, professor de Patologia, Oncologia e Engenharia Química e Biomolecular da Escola de Medicina da Johns Hopkins ]. Uns me responderam que não tinham espaço, outros que não tinham o equipamento, outros simplesmente não responderam. Quando finalmente fui aceito, cumpri um rigoroso processo para me transformar em um pesquisador e iniciei o trabalho.
    iG: Durante a pesquisa, como ficou a escola? Você conseguia dar conta de tudo?
    Jack Andraka: Normalmente eu consigo fazer todas as coisas da escola durante o período das aulas. Enquanto desenvolvia o projeto, eu ficava até tarde da noite no laboratório fazendo e refazendo os testes, então aproveitava o tempo entre eles para completar o dever de casa.
    iG: Os seus pais não reclamavam de você ficar até tarde da noite trabalhando?
    Jack Andraka: Meus pais não reclamavam, pelo contrário. Eles sempre valorizaram o trabalho e o esforço. Acho que só consegui chegar até aqui porque como pais eles me ajudaram e me incentivaram.
    iG: Com todas essas atividades, você consegue passar algum tempo com os amigos e a família? Aliás, você tem namorada?
    Jack Andraka: Não tenho namorada. Mas eu gosto de socializar sim. Este ano, com todo o trabalho no projeto, a minha vida social ficou um pouco comprometida, mas os meus amigos me apoiam e entendem isso. E continuam meus amigos.
    iG: Depois da vitória no prêmio da Intel você foi contatado por algum interessado em produzir e vender o seu teste?
    Jack Andraka: Sim, já fui contatado por sete empresas de biotecnologia interessadas em produzir o teste. Estou aguardando a conclusão do processo de patente, ainda não decidi que direção quero tomar.
    iG: Além do câncer, quais outras áreas você ainda gostaria de pesquisar?
    Jack Andraka: Eu definitivamente gosto de Biologia, mas também tenho interesses em Física e Química. Então venho tentando combinar essas três coisas nos meus próximos projetos.
    iG: Já pensou sobre a faculdade? O que pretende cursar e onde deseja estudar?
    Jack Andraka: Hum...não tenho a mínima ideia de onde ou o que vou estudar. Há tantas opções hoje em dia e tanta gente com diploma. Não sei se quero seguir esse caminho.
    iG: O seu histórico e a sua mais recente invenção geraram uma grande expectativa em torno da sua performance no concurso do próximo ano. Como você lida com isso?
    Jack Andraka: Acho que será um novo desafio. Quero participar do concurso do ano que vem e pretendo me divertir com isso. Só quero seguir pesquisando.

    11 de ago. de 2012

    Explorador Curiosity aterrissa em Marte 2012




    Washington, 6 ago (EFE).- O veículo explorador Curiosity pousou hoje em Marte ao término de uma viagem de 567 milhões de quilômetros e no começo de uma missão de dois anos na busca de provas de vida no planeta vermelho.

    A Nasa confirmou que a nave de uma tonelada, após uma complexa manobra durante "sete minutos de terror" desde sua entrada na atmosfera marciana, pousou na cratera Gale.

    "Estou inteiro e a salvo na superfície de Marte", diz uma mensagem no blog da Nasa, que deu lugar a uma comemoração com aplausos e abraços entre o pessoal de sala de controle do Laboratório de Propulsão em Pasadena, Califórnia.

    "Cratera Gale, aqui estou!", acrescentou a mensagem enviada de 248 milhões de quilômetros, nesta bem-sucedida fase de uma missão com um orçamento de US$ 2,5 bilhões.

    Tal como tinha sido planejado, a cápsula abriu um gigantesco paraquedas quando estava a cerca de 11 metros de altura para frear a queda.

    A cerca de 20 metros do solo, um sistema baixou o Curiosity, que abriu suas seis pernas de rodas e iniciou sua aventura em Marte.

    http://blogs.discoverybrasil.uol.com.br/noticias/2012/08/a-sonda-curiosity-aterrissa-em-marte.html

    18 de jul. de 2012

    Astrônomos afirmam ter feito observação espacial mais precisa da história

    Telescópios no Chile, Hawaii e Arizona atingem uma precisão dois milhões de vezes melhor que a da visão humana

    iG São Paulo | - Atualizada às
    ESO/M. Kornmesser
    Impressão artística do quasar 3C 279, que foi observado a partir da ligação de três telescópio

    Astrônomos conseguiram observar o coração de um quasar distante, com uma precisão sem precedente e equivalente a dois milhões de vezes melhor que a visão humana. Para fazer a observação direta mais precisa até hoje do centro de uma galáxia distante, Uma equipe internacional ligou, pela primeira vez, o telescópio Atacama Pathfinder Experiment (APEX) com dois outros telescópios no Havaí e no Arizona.

    20 de mai. de 2012

    Impacto de asteroide ainda lidera teoria sobre extinção dos dinossauros


    Pesquisadores avaliam se animais já estavam entrando em declínio antes de asteroide se chocar com a Terra

    The New York Times |
    Foto: Getty Images Ilustração mostra T.rex enquanto asteroide atinge a Terra
    Faz cerca de 30 anos que os cientistas debatem o que determinou o destino dos dinossauros. Seria o impacto de um asteroide o único responsável pela catastrófica extinção em massa no final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos? Ou os dinossauros já estavam passando por um declínio e o asteroide foi apenas o golpe de misericórdia?
    Assim, três jovens pesquisadores liderados por Stephen L. Brusatte, pós-graduando da Universidade de Columbia em Nova York e afiliado ao Museu Americano de História Natural, decidiram testar essa hipótese com um exame minucioso dos registros fósseis dos 12 milhões de anos que antecederam a extinção em massa.
    Para o estudo, os investigadores se afastaram da prática de se concentrar quase exclusivamente na contagem do número de espécies ao longo do tempo. Ao invés disso, eles analisaram as mudanças na anatomia e planos corporais de sete grandes grupos de dinossauros do final do Cretáceo para terem uma ideia de suas trajetórias evolutivas.
    Grupos que mostraram um aumento na variabilidade, por exemplo, podem ter evoluído para mais espécies, dando-lhes uma vantagem ecológica. Mas a diminuição da variabilidade pode representar um sinal de alerta de destruição.

    Em ciência, infelizmente, nem todos os projetos atendem às ambições dos pesquisadores. Os resultados desse projeto foram desiguais e, de modo geral, inconclusivos, relatou a equipe de Brusatte em um artigo publicado online na semana passada pelo periódico Nature Communications. Na melhor das hipóteses, revelando um aspecto positivo, a equipe escreveu que os "cálculos pintam um retrato com mais nuances dos últimos 12 milhões de anos da história dos dinossauros".
    Como explicou Brusatte, o Cretáceo "não era um 'mundo perdido' estático que foi violentamente interrompido pelo impacto de um asteroide". Alguns dinossauros, disse ele, "estavam passando por mudanças drásticas nessa época, e grandes herbívoros parecem ter vivido um declínio de longo prazo, pelo menos na América do Norte".
    Os resultados mostraram que os hadrossauros, conhecidos por seus bicos de pato, e os ceratopsídeos, conhecidos por seus chifres, eram dois grupos de herbívoros volumosos e que se alimentavam em massa (o que significa que comiam qualquer coisa e todas as coisas) e podem ter sofrido um declínio de diversidade nesse momento. Em contraste, pequenos herbívoros como os anquilossauros e paquicefalossauros, e os carnívoros tiranossauros e celurossauros, pareciam estar se mantendo estáveis ou até tendo um aumento na diversidade, assim como os enormes herbívoros saurópodes, como os apatossauros.
    Os resultados não foram uniformes em diferentes continentes. Enquanto os hadrossauros diminuíram na América do Norte, sua diversidade parece ter aumentado em partes da Ásia. O registro fóssil em muitas regiões foi insuficiente para uma análise confiável, o que significa que o debate sobre a extinção continuará.
    Além de Brusatte, os outros autores eram Richard J. Butler, da Universidade de Munique, Albert Prieto-Marquez, da Coleção de Paleontologia e Geologia do Estado da Baviera, em Munique, e Mark A. Norell, paleontólogo do Museu Americano e orientador de Brusatte.
    Norell afirmou que o estudo sobre alterações esqueléticas em grupos de espécies ao longo do tempo foi "um caminho novo" para avaliar as suas perspectivas de sobrevivência a longo prazo. "Seria bom ter mais fósseis para ver o quanto esses resultados são reais", disse ele.
    Paul C. Sereno, paleontólogo da Universidade de Chicago que não esteve envolvido no estudo, concordou que tais investigações sobre a vida no final do Cretáceo haviam sido "limitadas pela ausência de dados detalhados, que são realmente necessários". Ele questionou se a técnica de pesquisa, embora útil no estudo de invertebrados mais simples, poderia ser aplicada com sucesso aos dinossauros.
    "É um estudo interessante e eles são pesquisadores de qualidade", disse Sereno, "mas eu não acho que ele altere o quadro geral: extinções não são processos simples, mas, em última análise, o asteroide foi o fator mais importante no final do Cretáceo".
    http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/2012-05-20/impacto-de-asteroide-ainda-lidera-teoria-sobre-extincao-dos-dino.html


    14 de abr. de 2012

    Descoberta em caverna isolada bactéria resistente a antibióticos

    Culturas de micróbios isolados por milhões de anos em caverna americana apresentaram resistência todos os antibióticos sintéticos

    Maria Fernanda Ziegler, iG São Paulo | 14/04/2012 08:00

      
    Isoladas: pesquisadores encontraram na caverna Lechuguilla bactérias resistentes a antibióticos
    Bactérias encontradas em uma caverna isolada no estado americano do Novo México, nos Estados Unidos, apresentaram resistência a antibióticos. A descoberta é surpreendente, pois sugere que existem muito outros antibióticos ainda desconhecidos, que podem ser encontrados na natureza e usados para tratamentos de doenças ainda sem cura.
    As bactérias encontradas na caverna Lechuguilla, isoladas do contato humano por mais de quatro milhões de anos, eram resistentes a quase todos os antibióticos sintéticos. Embora nenhuma delas fosse capaz de provocar doenças, nem nunca terem sido expostas a antibióticos, elas apresentavam alta resistência. “A maioria dos mecanismos de resistência eram similares ao que já observamos em bactérias patogênicas que infectam humanos, porém, alguns delas são novos, nem sabíamos que existiam”, disse ao iG Hazel Barton, da Universidade Akron, nos Estados Unidos e uma das autoras do estudo publicado no periódico científico Plos One.
    As bactérias da caverna Lechuguilla apresentam um tipo de resistência que ainda não tinham sido observado até então. De acordo com Hazel, isto pode ajudar pesquisadores a se prepararem enquanto este tipo de resistência ainda não é um problema no mundo.
    Até então, ainda não estava claro quanto da resistência das bactérias a antibióticos estava relacionada com a infinidade de antibióticos sintéticos que o homem vem usando nos últimos 70 anos. Com a descoberta, pesquisadores acreditam estar mais perto do entendimento sobre a origem da resistência aos medicamentos, que atualmente tem criado um sério problema para o tratamento de doenças infecciosas.
    Antibióticos podem ser produzidos de forma sintética  ou naturalmente por organismos no solo. Um sistema complexo permite que as bactérias tenham vários caminhos criar imunidade contra a ação destes antibióticos, como alterando suas características ou remover a substância antes que ela provoque a morte dos organismos unicelulares. "Muitos destes mecanismos estão codificados por um único caminho genético. Nós suspeitamos, com base no novo estudo, que estes caminhos são muito antigos”, disse.
     

    7 de mar. de 2012

    Fóssil de verme revela origens do homem

    Verme que viveu há 500 milhões de anos é o ancestral mais antigo dos vertebrados

    AFP | 06/03/2012 10:22
    Foto: Divulgação
    Verme é o mais primitivo dos vertebrados conhecidos até agora
    Paleontólogos britânicos e canadenses rastrearam as origens dos seres humanos e outros vertebrados a partir do estudo do fóssil de um verme que nadava nos oceanos há 500 milhões de anos, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (5).
    Uma nova análise de fósseis encontrados nas Montanhas Rochosas do Canadá, na jazdida conhecida como Xisto de Burgess, na província da Columbia Britânica, determinou que o extinto Pikaia gracilens é o membro conhecido mais primitivo da família dos cordados, que inclui peixes, anfíbios, aves, répteis e mamíferos.
    A pesquisa, publicada na revista britânica Biological Reviews, identificou uma notocorda (estrutura primitiva) que se tornaria parte da coluna vertebral dos vertebrados, assim como tecidos musculares chamados miômeros em 114 espécimes fósseis desta criatura.
    Também encontraram um sistema vascular.
    "A descoberta de miômeros é a prova irrefutável que vínhamos buscando há muito tempo", disse o autor principal do estudo, Simon Conway Morris, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

    "Agora, com miômeros, um cordão nervoso, uma notocorda e um sistema vascular, todos identificados, este estudo situa claramente Pikaia como o cordado mais primitivo do planeta", afirmou Morris.
    "Assim, da próxima vez que pusermos uma foto de família sobre a chaminé, lá no gundo estará o Pikaia", acrescentou.
    Os primeiros exemplares de Pikaia gracilens foram coletados pelos exploradores pioneiros do Xisto de Burgess em 1911. No entanto, os cientistas passaram por alto pelos espécimes, considerados um antepassado das minhocas e das enguias.
    Só na década de 1970, Morris sugeriu que este animal com cinco centímetros de comprimento, chato dos lados, e um pouco parecido com as enguias, que provavelmente nadavam movimentando seu corpo com curvas dos dois lados, poderia ser o membro mais antigo conhecido da família dos cordados.
    Um espécime de Pikaia gracilens está em exibição no Museu Real de Ontário (ROM), e uma exposição maior no sítio de Burgess será organizada.
    http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/fossil-de-verme-revela-origens-do-homem/n1597666010062.html